segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A crise económica induzida pela crise financeira


Pois parece que o nosso país está mergulhado numa crise financeira sem fim á vista,e as inuteis politicas que passam pelo nosso páis afundam-nos cada vez com a promessa de um dia mudar,mas a verdade é que nada muda e tudo piora.

A actual crise financeira deve-se à descapitalização da banca orignada pelo subprime e também pela falta de confiança mútua entre os agentes financeiros e dos mercados.

Poderá induzir uma crise económica?

Se bancos há que por falta de liquidez ou por má gestão tiveram de encerrar as portas, serem vendidos ou intervencionados, a grande maioria continua a operar no mercado.

Então como se pode explicar esta escassez de moeda nos mercados que está a provocar um aumento permanente da taxa de juro cobrada nos empréstimos?

Estamos numa economia de mercado, sujeito à lei da oferta e da procura. Quando a oferta de um bem é escassa os preços tendem a subir. É o que está a acontecer com o preço do dinheiro.

Mas então porque é que o dinheiro parece ser escasso? Digo parece porque na realidade há muito mais moeda no sistema bancário do que antes da crise! O que está a acontecer é que o financiamento interbancário está morto.

E porquê?

Com a crise financeira resultante do subprime as instituções financeiras mundiais começaram a desconfiar umas das outras. Temem que um empréstimo que hoje façam a outra, amanhã ela poderá estar falida e não poderem reaver o seu dinheiro. Ou seja, o mercado normal dos empréstimos interbancários, efectuados no dia a dia, para resolver problemas pontuais de tesouraria, acabaram. Assim, cada banco teve de constituir reservas mais elevadas para dispor do capital necessário para poder satisfazer os seus financiamentos. Ora como o dinheiro não cai do céu nem nasce da terra, muitos bancos tiveram de vender activos ou aumentar o seu capital social pela emissão de novas acções. Foi isto que atempadamente fizeram em Portugal a CGD, o BCP e o BPI. Também porque os rácios de solvabilidade assim os obrigavam, de acordo com as leis da República supervisionadas pela CMVM e pelo Banco de Portugal. Assistiu-se até, ultimamente, à venda, por parte do BCP e do BPI, de quase 50% do capital das empresas bancárias que detinham em Angola, uma quase imposição do Governo Angolano, um pouco antes do pico desta crise, que em muito vieram aumentar a sua liquidez. Ontem mesmo a própria CGD também vendeu património, aumentando o seu capital circulante.

Em resumo, pode-se afirmar que na situação precedente pouco capital disponível permitia fazer funcionar o sistema bancário. A situação actual, com a falta de confiança dos mercados, levou à constituição, de per si, de grandes reservas por parte de cada banco, obrigando a uma muito maior imobilização dos seus activos. Quando os bancos necessitam de mais capital não se vão financiar nos seus congéneres porque não têm a sua confiança e estes não lho emprestam. São os Bancos Centrais de cada país que lançam no mercado essas somas enormes, que todos os dias vemos e ouvimos na imprensa, para satisfazer as suas necessidades.

Há uma maior escassez de dinheiro disponível. Então, para a mesma procura, o seu preço tenderá a subir. É isto o que explica a permanente subida da taxa euribor do comércio interbancário.

Se o preço do dinheiro sobe, quem o vai pedir emprestado terá de pagar juros mais elevados. Assim alguns investimentos menos rendáveis ou de risco mais elevado poderão ser preteridos. Significa que menos empregos se criarão. Por outro lado a generalidade das empresas vivem do crédito, ao tê-lo de pagar mais caro, vêm-se confrontadas com menos lucros e até com um possível encerramento dado os bens que produzem se tornarem mais caros. A própria banca também se tornará mais selectiva nos empréstimos, correndo menos riscos.

As famílias que contraíram empréstimos também se vêm confrontadas com o aumento das amortizações por via do aumento das taxas de juro. Verão baixar o seu poder de compra e consumirão menos.

A produção das empresas tenderá a diminuir provocada pela diminuição do consumo. Haverá lugar a mais despedimentos e a economia regredirá.

Duma fase de expansão passa-se para uma fase de contracção. O Estado arrecadará menos impostos e entra-se naquilo que se chama depressão ou de crise económica.

Tudo indica que é isto o que está a começar a acontecer com a economia mundial.

Não é nada de novo no sistema capitalista. Apenas o que é diferente é o modo como foi despoletada.

Ele próprio encerra as sinergias com que a vai ultrapassar, pela sua flexibilidade e pela capacidade de aprender com os erros cometidos.

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